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Autor de reportagem sobre vazamentos de Moro fala que 'há muito mais por vir'.



Um dos fundadores do The Intercept Brasil e co-autor da reportagem que revelou trocas de mensagens entre o então juiz federal Sergio Moro e a força-tarefa da Lava-Jato, o jornalista Glenn Greenwald falou sobre o caso ao UOL e afirmou que ainda existem mais coisas por vir.

O jornalista afirmou que o volume de dados obtidos pelo Intercept é imenso, superando inclusive o número de material da reportagem em conjunto com o ex-agente da CIA Edward Snowden, também assinada por Greenwald.

Cauteloso, Greenwald falou ao UOL sobre as próximas revelações a serem publicadas, afirmando que Moro, à época juiz responsável pela Lava Jato, agiu de modo a prejudicar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Moro era um chefe da força-tarefa, que criou estratégias para botar Lula e outras pessoas na prisão, se comportando quase como um procurador, não como juiz”, afirmou o jornalista ao UOL.

Greenwald falou também sobre ameaças e ataques homofóbicos — ele é casado com o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ), suplente de Jean Wyllys — que já vem sofrendo por conta da matéria. Greenwald escolheu o Rio como cidade para morar justamente por conta do número de ameaças que recebeu à época do caso Snowden.

Greenwald falou também sobre a matéria publicada e afirmou que pessoas de dentro da própria Lava Jato temem que os dados divulgados destruam a operação.

“Tem pessoas dentro da força-tarefa da Lava Jato, outros procuradores, falando que isso iria destruir a reputação da Lava Jato, porque iria criar uma percepção de que o tempo todo não foi uma apuração contra a corrupção, nem uma apuração do Judiciário. Mas uma apuração política para impedir a esquerda e empoderar a direita”, disse ele ao UOL.

O jornalista, porém, se negou a dar mais detalhes sobre o caso. Afirmou que o material extra — que é gigantesco, como ele mesmo pontua — ainda será divulgado e que trata de muito mais do que apenas Moro e a Lava Jato.

“Não quero falar nada sobre as coisas que ainda não divulgamos. Mas posso falar que esse arquivo é muito grande e é sobre mais pessoas do que a força-tarefa da Lava Jato ou o Moro. Mas não posso dizer mais que isso”, finalizou ele.


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