ATENÇÃO: Pequim reativa restrições devido a ressurgimento do novo coronavírus.
Após 2 meses sem novas
infecções, autoridades confirmaram 79 casos
Vários distritos de Pequim
montaram postos de verificação, fecharam escolas e ordenaram que as pessoas
passem por exames do novo coronavírus nesta segunda-feira (15), após uma
disparada inesperada de casos ligados ao maior mercado atacadista de alimentos
da Ásia.
Depois de quase dois meses
sem infecções novas, autoridades de Pequim relataram 79 casos nos últimos
quatro dias, o maior foco de infecções desde fevereiro.
A volta do novo coronavírus
mergulhou Pequim, sede de grandes corporações, na incerteza no momento em que a
China tenta espantar os problemas econômicos causados pela doença.
"Os esforços de
contenção entraram rapidamente em um modo de tempos de guerra", disse Xu
Ying, uma autoridade municipal de alto escalão, em entrevista coletiva.
Xu disse que 7.200 bairros e
quase 100 mil agentes de controle epidemiológico entraram no "campo de
batalha".
O surto foi localizado no
amplo mercado de Xinfadi, onde milhares de toneladas de vegetais, frutas e
carne trocam de mãos todos os dias.
Um complexo de armazéns e
centros comerciais, que se estende por uma área quase igual a 160 campos de
futebol, Xinfadi é quase 20 vezes maior do que o mercado de frutos do mar da
cidade de Wuhan, onde o surto foi identificado.
Os casos novos fizeram com
que autoridades de muitas partes de Pequim reinstaurassem medidas duras para
conter a disseminação do vírus, como postos de verificação 24 horas, o
fechamento de escolas e centros esportivos e a retomada das medições de temperatura
em shoppings centers, supermercados e escritórios.
Os moradores da capital
também foram aconselhados a evitar multidões e agrupamentos ao se alimentarem.
Alguns distritos enviaram
agentes a conjuntos residenciais, o que descreveram como uma operação "toc-toc"
para identificar pessoas que visitaram Xinfadi ou tiveram contato com pessoas
que visitaram.
Nenhum dos 16 distritos de
Pequim foi submetido a isolamento generalizado, mas o acesso aos bairros de
pessoas que foram infectadas foi interrompido, enquanto exames de ácido
nucleico são feitos nos moradores.
Os 11 bairros ao redor de
Xinfadi e mais 10 próximos de outro mercado também foram interditados, enquanto
90 mil moradores são examinados. A capital começou a realizar exames em massa
nesse domingo (14).
No mesmo dia, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) disse que foi informada do surto e de uma investigação
das autoridades chinesas.
Por Ryan Woo e Lusha Zhang -
Repórteres da Reuters - Pequim
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