45% dos advogados tiveram depressão em algum momento da carreira e Apam alerta para aumento de casos na pandemia.
Os advogados estão entre as
categorias profissionais que mais sofrem com o estresse e outros transtornos
mentais mais graves como a depressão. Estudos recentes têm demonstrado que
problemas de depressão, ansiedade e pensamentos suicidas têm sido prevalentes
na profissão durante o isolamento social (ou a quarentena). Por isso, a
Associação Paraibana de Advocacia Municipalista (Apam) tem reforçado o alerta
para que os advogados paraibanos mantenham a atenção para alguns sintomas e
procurem ajuda de um especialista.
Uma pesquisa com 15 mil
advogados, feita por uma comissão da American Bar Association (ABA) e pela
Fundação Hazelden Betty Ford, mostra que 21% dos advogados sofrem depressão e
45% revelaram que já sofreram depressão em algum ponto de suas carreiras. Quase
sempre nos primeiros 10, 15 anos de prática. Trata-se de uma enorme massa de
advogados que acordam, vivem e trabalham sob os efeitos de antidepressivos,
ansiolíticos e outras drogas de tarja preta, sem falar nos aliviantes
estomacais.
Os dados mostram ainda que
problema de ansiedade afeta 19% dos advogados. E 21% lidam com alcoolismo e se
consideram alcoólatras problemáticos. No geral, 36% lidam têm problemas de
"abuso de bebidas alcoólicas". E ainda 12% relataram ter pensamentos
suicidas por pelo menos uma vez, no exercício da profissão.
O presidente da Apam, Marco
Villar, disse que relação profissional de disputa, de desgaste físico e mental,
de muito estudo aliada ao desrespeito que a profissão geralmente sofre, impõe
uma reflexão e uma atenção especial por parte da Apam. “Por isso fazemos esse
alerta para que os profissionais mantenham os cuidados com a saúde,
principalmente a mental. São muitos problemas enfrentados no dia a dia e isso
tem agravado a situação da saúde mental na profissão, principalmente nesse
período de pandemia e isolamento social”, disse.
Marco Villar lembrou ainda
da Cartilha da Saúde Mental elaborada pela OAB que mostra que um dos sintomas
para um quadro de depressão é a ansiedade generalizada que pode ser
caracterizada pela presença de outros sintomas ansiosos excessivos, na maior
parte dos dias, por pelo menos seis meses. A angústia, tensão, preocupação,
nervosismo ou irritação. A publicação diz ainda que são frequentes sintomas
como insônia, dificuldade em relaxar, cansaço fácil, tensão muscular, angústia
constante, irritabilidade aumentada e dificuldade em concentrar-se.
São também comuns sintomas
físicos como cefaleia, dores musculares, dores ou queimação no estômago,
taquicardia, tontura, formigamento e sudorese fria. Nessa síndrome, os sintomas
têm alto potencial para causar sofrimento significativo e prejudicar a vida
social e ocupacional do indivíduo. Um sentimento de vergonha pode aumentar a
ansiedade – “os outros perceberão que estou assustado”.
Assessoria de Imprensa
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