Paraíba disponibiliza vacina contra HPV para vítimas de violência sexual.
![]() |
Imagem ilustrativa |
A Secretaria de Estado da
Saúde (SES), por meio da Gerência Executiva de Vigilância em Saúde e Núcleo
Estadual de Imunizações, incluiu a vacina contra o Papilomavírus Humano (HPV)
para vítimas de violência sexual, desde o início deste mês, seguindo a
recomendação do Ministério da Saúde (MS), e é voltada para homens e mulheres de
nove a 45 anos de idade, que ainda não estão vacinados contra o HPV ou que não
completaram o esquema de imunização contra o vírus . A vacina disponibilizada
pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é quadrivalente, ou seja, previne contra as
principais complicações do HPV, pois confere proteção contra quatro tipos do
vírus.
Com objetivo de garantir
proteção para pessoas vítimas de violência e abuso sexual o MS decidiu ampliar
o público-alvo, levando em consideração uma recomendação da Organização Mundial
da Saúde (OMS) e da Associação Pan-Americana de Infectologia (API). Entretanto,
desde 2014 a vacina contra o HPV já é estabelecida e ofertada pelo SUS para a
vacinação de meninas e meninos, de 9 a 14 anos, e para grupos com condições
clínicas especiais, de 9 a 45 anos, vivendo com HIV/Aids, transplantados de
órgãos sólidos ou medula óssea, pacientes oncológicos, imunossuprimidos por
doenças ou por tratamento com drogas imunossupressoras.
De acordo com a coordenadora
do Núcleo Estadual de Imunizações, Márcia Mayara, a inclusão da vacinação
contra o HPV para as pessoas vítimas de abuso sexual, é uma estratégia de saúde
pública no enfrentamento contra esse vírus. “A vacina está disponível em todas
as unidades de saúde da família dos 223 municípios do estado. Quem está dentro
dos critérios e tem a indicação de tomar a vacina contra o HPV é só buscar a
unidade de saúde mais próxima para colocar em dia o seu esquema de vacinação
contra o HPV”, explicou.
Para receber a vacina contra
o HPV, as vítimas de violência sexual devem procurar atendimento no serviço de
saúde mais próximo, caso a vítima não tenha sido vacinada ou tenha o esquema
vacinal incompleto com o imunizante HPV, pois é importante que inicie ou dê
continuidade ao esquema imediatamente. Porém, caso o serviço do primeiro
atendimento não possua sala de vacina, a vítima de violência sexual deverá
procurar uma unidade de saúde mais perto de casa, a fim de que o serviço de
Atenção Primária à Saúde identifique a estratégia e consiga fazer o registro da
dose de forma adequada.
A violência sexual é uma
questão de saúde pública e segurança, que exige do Estado políticas e ações
integradas para responder a esta demanda. Pode acometer crianças, adolescentes,
mulheres, homens e pessoas idosas e portadores de deficiências física e
intelectual. Causam traumas, gravidez indesejada, ferimentos visíveis e
invisíveis, além de infecções sexualmente transmissíveis (IST). O boletim
epidemiológico que se refere à violência sexual, divulgado pelo Ministério da
Saúde, em maio deste ano, mostrou que, entre 2015 e 2021, foram notificados
202.948 casos contra crianças e adolescentes, sendo 35.196 notificações apenas
em 2021, o que representa o maior número do período analisado.
O esquema vacinal contra o
HPV para pessoas de 9 a 14 anos, sem problemas de imunossupressão
(imunocompetentes), que foram vítimas de violência sexual é o seguinte: a
vítima deve tomar duas doses, no intervalo de seis meses, conforme calendário
nacional de vacinação de rotina. Para pessoas de 15 a 45 anos de idade,
imunocompetentes e vítimas de violência sexual, o esquema de vacinação é de
três doses, sendo duas doses com intervalo de dois meses entre a primeira e
segunda dose, e a terceira dose seis meses após a primeira dose. O mesmo
esquema anterior vale para pessoas de 9 a 45 anos de idade, do sexo biológico
feminino e masculino, que tenham doenças imunossupressoras (HIV/Aids,
transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos, em
tratamento com drogas imunossupressoras), e foram vítimas de violência sexual.
Nesse caso, também são três doses, sendo duas doses com intervalo de dois meses
entre a primeira e segunda dose e terceira dose seis meses da primeira dose.
Vale salientar que a vacinação
contra o HPV faz parte do calendário vacinal dos adolescentes entre 9 e 14 anos
de idade, do sexo feminino e masculino, com esquema vacinal de duas doses, com
intervalo de seis meses, ou seja, a segunda dose deve ser tomada seis meses
depois da primeira dose.
O HPV é uma infecção
sexualmente transmissível (IST) mais comum no mundo e está associado a 80% dos
casos de câncer do colo do útero e a mais da metade dos casos de câncer na
vulva, pênis, ânus e orofaringe. Além disso, 90% das verrugas genitais são
provocadas pelo HPV. A vacina é o melhor meio de prevenção contra os variados
tipos de HPV, tanto aqueles que podem causar uma IST, como aqueles que podem
progredir para o câncer cervical (de colo de útero).
Assessoria
Nenhum comentário