STF mantém prisão de cinco investigados no caso "Abin Paralela". Operação foi deflagrada nesta quinta-feira.
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter a prisão de
cinco investigados na quarta fase da Operação Última Milha, deflagrada nesta
quinta-feira (11), que apura o uso irregular da Agência Brasileira de
Inteligência (Abin) para favorecer filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro,
monitorar ilegalmente ministros do STF e políticos opositores.
Com a decisão, vão continuar presos Mateus de Carvalho
Sposito, ex-funcionário da Secretaria de Comunicação da Presidência da
República, o empresário Richards Dyer Pozzer, o influencer digital Rogério
Beraldo de Almeida, Marcelo Araújo Bormevet, policial federal, e Giancarlo
Gomes Rodrigues, militar do Exército.
As prisões foram mantidas após audiência de custódia
realizada por um juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes. A
justificativa para manutenção das prisões ainda não foi divulgada.
Segundo a investigação da Polícia Federal (PF), os cinco
acusados participaram do trabalho de monitoramento ilegal, que teria sido
realizado com o conhecimento do ex-diretor da Abin e atual deputado federal
Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Os investigadores apontam a utilização do programa First Mile
para realizar a espionagem ilegal contra autoridades do Judiciário, do
Legislativo e da Receita Federal, além de jornalistas.
Defesas
A Agência Brasil não conseguiu localizar as defesas dos cinco
acusados. Em nota, Alexandre Ramagem negou ter atuado ilegalmente durante sua
gestão no órgão.
Ramagem disse que não houve monitoramento ilegal de
autoridades. Segundo ele, os nomes que aparecem na investigação foram citados
em mensagens de WhatsApp e conversas de outros investigados na operação.
"Trazem lista de autoridades judiciais e legislativas
para criar alvoroço. Dizem monitoradas, mas na verdade não. Não se encontram em
First Mile ou interceptação alguma. Estão em conversas de WhatsApp, informações
alheias, impressões pessoais de outros investigados, mas nunca em relatório
oficial contrário à legalidade", afirmou.
O parlamentar também negou que tenha favorecido o senador
Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Segundo a PF, as ações clandestinas de monitoramento
também ocorreram contra três auditores da Receita Federal responsáveis pela
investigação sobre "rachadinha" no gabinete de Flávio quando ele
ocupava do cargo de deputado estadual.
"Não há interferência ou influência em processo
vinculado ao senador Flávio Bolsonaro. A demanda se resolveu exclusivamente em
instância judicial", concluiu.
quinta-feira (11), o senador negou qualquer favorecimento e
disse que a divulgação do relatório de investigação da PF foi feita para
prejudicar a candidatura de Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro.
"Simplesmente não existia nenhuma relação minha com Abin. Minha defesa atacava questões processuais, portanto, nenhuma utilidade que a Abin pudesse ter. A divulgação desse tipo de documento, às vésperas das eleições, apenas tem o objetivo de prejudicar a candidatura do delegado Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro", afirmou.
Jair Bolsonaro não se pronunciou.
Agência Brasil
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